No dia 2 de abril, celebra-se o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (World Autism Awareness Day), instituído em 2007 pela Resolução nº 62/139 da Organização das Nações Unidas.
Para despertar a atenção da sociedade para a gravidade do problema, são realizados vários eventos, promovidos por entidades governamentais e não governamentais tais como palestras, panfletagens, corridas e caminhadas. Através da disseminação do conhecimento, busca-se também quebrar preconceitos e barreiras.
Como parte das celebrações, vários monumentos em todo o mundo estão sendo iluminados com a cor azul durante a noite de 2 de abril e nos dias anteriores. Trata-se da campanha Light It Up Blue, criada originalmente pela associação Autism Speaks e depois acompanhada por outros entes. Nos últimos anos, foram iluminados em azul vários marcos e monumentos significativos do Brasil, como o Congresso Nacional e o Cristo Redentor, e de Teresina, como a Ponte Estaiada e o Palácio de Karnak.
Autismo
O autismo é uma desordem global do desenvolvimento, afetando a maneira como esses indivíduos se comportam, comunicam e interagem socialmente. Trata-se de uma questão de saúde pública, de graves proporções.
Trata-se de uma síndrome complexa e muito mais comum do que se pensa. Atualmente, o número mais aceito no mundo é a estatística do Center of Diseases Control and Prevention (CDC), órgão do governo dos Estados Unidos, que afirma que uma em cada 88 crianças é autista. Trata-se de uma proporção alarmante e crescente: nessa faixa etária, o número de autistas é superior aos casos de síndrome de Down, paralisia cerebral, diabetes, câncer e AIDS – todos juntos e somados.
No Brasil, estima-se que existam 2 milhões de autistas. No mundo, segundo a ONU, acredita-se haver mais de 70 milhões de pessoas com autismo. A incidência em meninos é maior, tendo uma relação de quatro meninos para uma menina com autismo.
O espectro autista
O autismo faz parte de um grupo de desordens do cérebro chamado de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID), também conhecido como Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). Dentro do chamado espectro autista, há vários níveis, desde casos com sérios comprometimentos sociais, com baixa funcionalidade, até a variação mais “leve”, denominada síndrome de Asperger.
A ciência de modo geral sabe muito pouco sobre o autismo. Em 1943, foi descrito pela primeira vez, e em 1993 foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) da Organização Mundial da Saúde. Atualmente muitas pesquisas ao redor do mundo tentam descobrir causas e intervenções mais eficazes. Hoje, diversos tratamentos podem tornar a qualidade de vida da pessoa com autismo sensivelmente melhor. Tão importante quanto às pesquisas científicas é permitir que os autistas de hoje sejam incluídos na sociedade e tenham mais qualidade de vida e respeito.
Em dezembro, a Lei n. 12.764, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Somente então o autismo foi reconhecido com uma deficiência para todos os efeitos legais. A nova lei assegurou o direito de acesso à saúde, inclusive ao diagnóstico precoce, fundamental para minimizar os comprometimentos causados pelo transtorno.
Também foi garantido o direito à educação inclusiva, nas classes de ensino regular, e ao acompanhante especializado. Contudo, os autistas e seus familiares ainda batalham pela efetivação prática dos direitos, em razão da carência de pessoas e instituições interessadas pelo assunto.
AMA e Associação Casulo em Teresina
Criada há treze anos, a Associação de Amigos dos Autistas do Piauí – AMA Piauí presta assistência a crianças, jovens e adultos do espectro do autismo por meio de estudos, apoio familiar, terapias e educação especializada.
A Associação Casulo, fundada em 2011, tem por objetivo a defesa dos direitos e o atendimento das necessidades das pessoas com desordens de comportamento, linguagem e aprendizagem, dentre os quais se inserem as pessoas com autismo.